As consequências da pandemia do COVID-19 nos níveis de confiança e na relação entre as empresas e os seus colaboradores são alguns dos temas em análise no estudo especial da Edelman, disponibilizado em Portugal pela EDC
Assistimos nas últimas semanas às consequências dos baixos níveis de confiança nos governos e nos meios de comunicação social. Foram óbvias as formas como grandes grupos de pessoas ignoraram as recomendações essenciais das autoridades de saúde, duvidando da veracidade da informação disponibilizada ou confiando em dados que nada mais são que desinformação. Ao mesmo tempo, muitas empresas preencheram este vazio assumindo posturas responsáveis e disponibilizando informações de fontes credíveis, como organizações de cientistas, autoridades de saúde pública e outras, e reconhecendo que os seus colaboradores exigem atualizações frequentes e mudanças rápidas nas políticas de segurança e de proteção no local de trabalho.
A EDC quer nesta altura de maiores desafios partilhar o relatório exclusivo da Edelman, para dar uma melhor perspetiva do cenário em que vivemos. Este relatório nasce de um estudo levado a cabo em 10 países entre os dias 6 e 10 de março – Brasil, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, África do Sul, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos da América. Entre as principais conclusões do estudo, destaque para:
- Fonte mais credível? Comunicação entre colaboradores — as conclusões do Edelman Trust Barometer 2020 deixaram óbvias as fragilidades de governos e meios de comunicação social no que respeita a confiança das pessoas. No estudo da Edelman, a comunicação entre colaboradores é a fonte mais credível de informação sobre o Coronavírus. 63% das pessoas referem que acreditam nesta informação, versus 58% em sites governamentais e 51% nos media tradicionais. Um terço das pessoas assume que nunca acreditaria nos dados dos meios de comunicação tradicionais caso estes fossem a única fonte de informação.
- Profissionais mais credíveis? Cientistas e médicos – os cientistas e a classe médica são os profissionais que merecem mais confiança, com valores que variam entre os 68 e os 83 por cento. Os membros do governo e os jornalistas estão no fundo do ranking, com menos de 50%. O CEO da empresa empregadora dos inquiridos recolhe 54% no índice de confiança, e 85% indicam querer “ouvir mais informações dos cientistas e menos dos políticos”. Quase 60% dos inquiridos temem que a crise esteja a ser exagerada por motivos políticos.
- A minha empresa está mais bem preparada que o meu país – em oito dos 10 países, a “minha empresa” merece mais confiança que o país do inquirido. Estes dados são confirmados pelos elevados índices de confiança na “minha empresa” e na sua capacidade de responder com eficácia e responsabilidade às imposições do coronavírus (62%).
- Governos e empresas: a mesma equipa – nem as empresas nem os governos merecem a confiança como únicas forças de combate ao vírus. Existe quase o dobro de confiança num esforço conjunto que na capacidade de os governos entrarem nesta guerra sozinhos (45% versus 20%).
- Grandes expectativas nas empresas – 78 por cento dos inquiridos esperam que as empresas protejam os seus colaboradores e a comunicada. 77% dizem ter expectativas que as empresas adaptem as suas operações, promovendo o teletrabalho, cancelando eventos não essenciais e as viagens de negócio. Os inquiridos esperam que as empresas (73%) adaptem as suas políticas de RH, garantam baixas pagas ou impeçam que colaboradores em risco possam trabalhar nas instalações da empresa, entre outras medidas.
“Dado o atual estado de falta de confiança, as empresas terão de preencher um vazio cada vez maior – o da escassez de informação credível. Torna-se urgente que tomemos decisões rápidas e que permitamos que os nossos colaboradores se sintam parte integrante de um movimento social mais abrangente que está a combater esta crise. Os CCOs devem iniciar briefings regulares com os colaboradores e com autoridades de saúde para fornecerem conteúdo fiável que pode ser partilhado com as famílias e com a comunidade. Pede-se que promovam iniciativas de teletrabalho para assegurarem que as empresas e os colaboradores contribuem para o conhecimento e não para o pânico”, refere Richard Edelman, CEO da Edelman.
A Edelman e a EDC apoiam as empresas e as organizações a melhor compreenderem a pandemia do COVID-19 e as suas implicações, especificamente no que respeita à gestão de comunicação com os colaboradores. Este estudo visa dar uma perspetiva geral do cenário e facultar linhas de orientação para a criação de estratégias e políticas para que as empresas consigam desenvolver os mais eficazes esforços e respostas.