O quotidiano assim o revela e os executivos e empresas sentem-no: estamos num mundo de crise. Os problemas frequentes e perturbadores tornaram-se uma parte fundamental e implacável do atual panorama empresarial – exacerbado pela crescente pressão para uma ação imediata em questões sociais e pelas exigências dos consumidores em termos de transparência.
Nenhuma empresa está imune às pressões atuais
Como afiliada da Edeman em Portugal, a EDC tem acesso ao estudo Edelman Connected Crisis 2022, que revela a forma como as empresas estão a sentir esta pressão crescente para gerir as questões essenciais do negócio e responder a acontecimentos mais vastos na sociedade. Desde questões relacionadas com as alterações climáticas, saúde mental, questões de igualdade e questões geopolíticas, a maioria do público diz-nos que considera muito importante ou essencial que as empresas respondam a estes desafios – e os executivos estão preocupados com o impacto que estas questões podem ter tanto nas operações como na reputação.
Além disso, não existem limites claros para as questões a que as empresas devem responder. O estudo da Edelman revela que não há diferença entre a proporção de executivos que dizem que a sua empresa está a enfrentar uma pressão crescente para responder a questões relacionadas com a empresa e os que dizem o mesmo sobre questões que não estão diretamente relacionadas com a empresa. Nenhuma marca ou empresa está imune às pressões atuais – no seu país ou no resto do mundo.
Como sempre, a forma como as empresas respondem a estas pressões continua a ser uma questão de análise. As empresas não podem nem devem responder a todas as questões, mas as suas decisões têm de ser informadas por dados, um conhecimento profundo dos seus públicos e um quadro de tomada de decisões coerente – e não apenas por instinto.
As empresas devem adaptar-se às expectativas das partes interessadas em tempos de crise
Os estudos de longa data sobre a confiança demonstram que as entidades de confiança não são imunes às crises – nenhuma empresa o é – mas as empresas de confiança são muito mais resistentes às crises, passando por ciclos de vida de crise mais curtos e menos prejudiciais. Atualmente, o capital de confiança é talvez a melhor apólice de seguro de uma empresa contra crises, riscos e perturbações.
O estudo mais recente da Edelman, no entanto, olha mais de perto e explora os principais fatores de confiança em tempos de crise – e o que as empresas podem fazer para melhor manter ou reconstruir o seu capital de confiança. É importante salientar que o estudo encontrou um desalinhamento entre os comportamentos que as empresas pensam que devem demonstrar em tempos de crise e o que o público espera: Integridade (honestidade) e fiabilidade (cumprir as suas promessas).
Embora existam alguns fundamentos para a gestão de crises que transcendem gerações ou mudanças sociais – por exemplo, ser oportuno e transparente – os executivos precisam de adaptar a abordagem que, até agora, consideravam correta. Em tempos de crise, as empresas devem atuar com uma honestidade implacável e demonstrar a sua vontade de cumprir os seus compromissos. A única forma de o fazer corretamente é desenvolver um conhecimento profundo das expectativas das partes interessadas e agir em conformidade. Quem não o fizer, perderá a lealdade e a clientela.
Gestão de crise: a área de responsabilidade que mais cresce para os CMOs / CCOs
Perante este cenário, não é surpreendente que um em cada dois CMOs / CCOs diga que as suas responsabilidades na gestão de crises aumentaram de importância nos últimos cinco anos. A gestão de crises é a área de responsabilidade que regista o crescimento mais rápido para os CCO; e é uma das áreas que regista o crescimento mais rápido para os CMO, a par do investimento na diversidade e inclusão e nas relações laborais – uma constatação surpreendente, dado que a gestão de crises não tem sido, tradicionalmente, uma parte essencial do papel dos CMO.
No entanto, é preocupante que 60% deste grupo diga que não tem as competências adequadas nas suas equipas para gerir a vasta gama de questões e crises que enfrentam atualmente.
De facto, toda a empresa precisa de se unir para criar resiliência em tempos de crise. O vasto leque de questões que as empresas devem agora gerir, além-fronteiras, exige conhecimentos especializados na matéria e uma compreensão profunda das nuances locais. Aquelas empresas que o fizerem vão melhorar a sua capacidade de gestão no caótico cenário de crise atual. As que não o fizerem enfrentarão um risco acrescido nos próximos anos.
Pode consultar o estudo da Edelman aqui. Quer saber mais sobre gestão de crise e prepara a sua empresa para os desafios que ela impõe? Conheça o nosso trabalho nesta área, entre em contacto connosco.
João Trigo – Managing Director da EDC